Na quarta-feira, 07/05/2025, o Ministério Público do Estado da Bahia (MPBA)apresentou denúncia formal contra 37 pessoas acusadas de integrar uma suposta organização criminosa voltada à exploração de rifas ilícitas e à lavagem de dinheiroproveniente dessa atividade. A acusação foi protocolada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas e Investigações Criminais (Gaeco), no âmbito da operação “Falsas Promessas 2”.
De acordo com o MP, o grupo movimentou milhões de reais por meio de um esquema estruturado de captação, movimentação e dissimulação de recursos financeiros, com o uso de empresas de fachada, contas de terceiros e movimentações em espécie. As práticas visavam dificultar a identificação da origem ilícita dos valores e reinseri-los na economia formal.
Organização atuava por núcleos interligados e promovia rifas fraudulentas
As investigações indicam que os crimes eram cometidos por múltiplos núcleos organizados, interconectados entre si, e especializados em promover rifas clandestinas em escala industrial. Segundo o Gaeco, havia uma relação sistemática de cooperação entre os grupos, com compartilhamento de recursos logísticos, financeiros e operacionais, formando um consórcio delitivo estruturado.
Além da prática ilegal de jogos de azar, os sorteios eram frequentemente fraudados para garantir que os prêmios permanecessem dentro da própria organização criminosa. A manipulação dos resultados visava aumentar os lucros e proteger os responsáveis das perdas, comprometendo a legitimidade das rifas promovidas.
Esquema envolvia lavagem de dinheiro com uso de ‘laranjas’ e empresas de fachada
O MP destaca que os valores arrecadados eram dissimulados e reinseridos no sistema financeiro formal através de mecanismos como empresas de fachada e interpostas pessoas físicas (os chamados ‘laranjas’), além de movimentações em espécie. A lavagem de dinheiro era conduzida com o objetivo de ocultar a origem criminosa dos recursos e expandir os ativos da organização.
Denunciados incluem líderes do esquema e colaboradores operacionais
Segundo o MPBA, a denúncia incluiu nomes identificados como supostos líderes do grupo criminoso, entre eles:
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José Roberto Nascimento dos Santos(conhecido como “Nanan”)
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Ramhon Dias de Jesus Vaz
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Josemário Aparecido Santos Lins
Além dos líderes, foram denunciados outros 34 supostos envolvidos com diferentes funções na estrutura criminosa:
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Gabriela da Silva Vale
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Joabe Vilas Boas Bonfim
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Charles Vilas Boas Prazeres
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João Nilton Lima Laurentino
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Rafaela de Carvalho Souza
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Vinícius de Souza Santos
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Ludmila Soares do Nascimento
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Jorge Vinicius de Souza Santana Piano
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Jefferson Pereira da Silva
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Ivonei Santos Souza
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Idelfonso de Jesus Santos Filho
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Adenilton Silva de Jesus
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Wesley da Silva Damasceno
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Paulo Santos da Silva Júnior
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Lismara Assis da Silva de Jesus
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Nadson Souza Ferreira
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Alessandro Conceição de Souza Santos
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Daniel Alves da Silva
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Franklin de Jesus Reis
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David Mascarenhas Alves de Santana
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Jorge Jatobá de Paula
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Califa Fernandes Teixeira
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Rafaela Almeida Silva Aragão
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Francisco Souza Braga Júnior
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Manuel Ferreira da Silva Filho
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Adilson Prazeres Barbosa
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Adeilton Prazeres Barbosa
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Valdomiro Maximiniano dos Santos
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Antônio César de Jesus
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Fernando Ferreira de Jesus
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Jeferson Silva Franca
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Lázaro Alexandre Pereira de Andrade
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Almir Witzlebem Barradas Neto
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Alan dos Santos Souza
Os crimes imputados incluem formação de organização criminosa (art. 2º da Lei 12.850/2013), lavagem de dinheiro (Lei 9.613/1998) e promoção de jogos de azar (art. 50 do Decreto-Lei 3.688/1941).
Sofisticação das atividades
A denúncia formalizada pelo Ministério Público da Bahia evidencia a sofisticação das supostas atividades criminosas relacionadas à exploração de rifas ilegais no estado, com o uso sistemático de instrumentos financeiros ilícitos, fraudes operacionais e ocultação patrimonial. O caso será agora analisado pelo Poder Judiciário, que deverá decidir sobre o recebimento da denúncia e os próximos passos do processo penal.