Uma operação da Polícia Federal (PF) foi deflagrada em Padre Carvalho, no Norte de Minas Gerais, para investigar um possível esquema de fraudes em licitações e desvio de recursos públicos. A ação, realizada nesta quinta-feira (14/8), cumpriu mandados de busca e apreensão, sequestro de bens e quebra de sigilos bancário, fiscal e telemático. As irregularidades investigadas somam cerca de R$ 606 mil.
Detalhes da investigação
As investigações tiveram início em 2024, após uma denúncia anônima que apontou irregularidades em processos licitatórios para a recuperação de estradas rurais. A principal empresa beneficiária, que recebeu R$ 573 mil em repasses federais, levantou suspeitas, pois um de seus sócios ocupava o cargo de secretário executivo de uma associação, o que indica um possível favorecimento na contratação.
A PF constatou que a empresa não possui sede física efetiva, conta com apenas um funcionário registrado e não tem veículos ou equipamentos compatíveis com a execução de obras de engenharia. Além disso, o objeto social da empresa foi alterado para incluir atividades de obras públicas, em uma aparente tentativa de se adequar aos editais.
Moradores, ouvidos sob anonimato, relataram que máquinas e servidores da própria prefeitura teriam sido usados nas obras, reforçando a suspeita de desvio de recursos.
A operação e as possíveis punições
A operação cumpriu cinco mandados de busca e apreensão em Montes Claros, São João da Lagoa e Padre Carvalho. Foram apreendidos dispositivos eletrônicos, documentos, veículos, dinheiro, uma arma e munições. Os investigados podem responder por crimes de fraude à licitação e desvio de recursos públicos, cujas penas podem chegar a mais de 18 anos de prisão.